sexta-feira, 22 de junho de 2012

O boom imobiliário e os problemas no pós-obra


Já falamos aqui há algum tempo sobre alguns erros comuns em obras ocasionados, geralmente, por falhas no projeto, na execução ou mesmo falta de diálogo. Seguindo nessa linha, a edição 130 da Revista Construção Mercado, trouxe uma matéria que fala sobre uma série de problemas no pós-obra. A reportagem mostra as 12 falhas construtivas mais comuns segundo a ABMH-MG. Mostra ainda o porquê dessa situação, a reação dos consumidores e ainda como se evitar que isso aconteça novamente.

Depois do boom de obras, o setor imobiliário apresenta fortes indícios de estar vivendo um desdobramento da primeira situação, ou seja, uma série de problemas construtivos pós-obra. É difícil mensurar com precisão o tamanho do problema, visto que não existem dados ou pesquisas amplas sobre passivos técnicos em obras imobiliárias.

Tantos lançamentos simultâneos, impulsionados pelo crédito farto e bilhões captados pelas incorporadoras que foram à Bolsa, geraram um salto na produção imobiliária para o qual o setor não estava preparado. O resto da história, quem participou das obras nesses últimos anos conhece bem: equipamentos disponíveis para locação eram raros; muitos projetos foram feitos às pressas; materiais construtivos escassearam e encareceram; e faltaram operários e engenheiros qualificados para tantas obras em curso. "Hoje se tem muita gente jovem e sem experiência nos canteiros de obras e nas empresas de projeto e uma quantidade muito grande de empreendimentos coordenados ao mesmo tempo", diz Roberto de Souza, do CTE.

Assistência Estratégica

A reação desejável para lidar com o aumento nos passivos técnicos dos empreendimentos imobiliários é, certamente, a prevenção. Ou seja: melhorar a gestão de projetos, de canteiro, treinar mão de obra e investir em programas de qualidade para evitar problemas no pós-obra.

Uma assistência técnica eficiente pode gerar dados para as áreas de projeto e de qualidade, evitando falhas semelhantes no futuro. "Se você for coerente e atender bem as chamadas, em 90% dos casos, além de não perder seu cliente, você ainda mantém sua marca viva. Hoje a etapa pós-obra é mais valorizada, tem empresas que atendem mais do que a própria garantia exige porque é como se fosse investimento em marketing", explica Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade Secovi-SP.

Além da vistoria de entrega e recebimento da edificação, as construtoras também têm optado por outras ações preventivas. Em empreendimentos de grande porte, principalmente, tem virado prática deixar no local uma pequena equipe que participou da obra para fazer a manutenção após a instalação do condomínio, evitando chamadas na central de atendimento ao cliente da construtora. "É comum negociarmos com os próprios incorporadores a permanência na obra por um período de até três meses após a entrega para fazer o pente fino em tudo. Isso tem ajudado bastante a resolver problemas simples e até tirar dúvidas dos moradores. Evitam-se conflitos", acredita Raquel Tomasini, engenheira da Lello Condomínios.

Como lida diretamente com clientes, o profissional responsável pelo atendimento pós-obra é estratégico para manter a credibilidade de uma construtora. Seu trabalho influencia diretamente na opinião do comprador e na manutenção do (bom) nome da empresa.

O ideal é que não seja visto somente como um departamento de assistência técnica, mas sim como uma área de qualidade e de desenvolvimento tecnológico para retroalimentar as fases de projeto e procurar gerar um processo de melhoria contínua. Ou seja, além de verificar os problemas encontrados nos empreendimentos, o engenheiro de assistência técnica deve se reunir com a engenharia da construtora para dar sua análise dos problemas que vêm surgindo, detectando tendências e discutindo soluções.

Outra responsabilidade deste profissional também é, de certa forma, relacionada à comunicação. Ele deve treinar a equipe que entrega a obra ao cliente para que não fique nenhuma dúvida quanto à responsabilidade de cada um. Não basta entregar o manual do proprietário: o cliente precisa ser bem informado quanto às limitações da garantia e à manutenção preventiva a ser feita por ele próprio. Em casos de reclamações sem fundamentos, o profissional de assistência técnica deve não apenas dizer que a correção não é sua responsabilidade, como justificar para o cliente o porquê dessa decisão, evitando irritações desnecessárias.


As 12 falhas construtivas mais comuns, segundo a ABMH-MG

Revestimentos dos pilotis e fachadas
Descolamento de pastilhas, rachaduras, falta de juntas de dilatação, acabamento sem padronização (tons diferentes), material de acabamento de qualidade inferior ou aplicado com má técnica, entre outros.

Infiltrações
Vão desde a garagem até a cobertura do prédio, sobretudo pela falta de aplicação de material impermeabilizante adequado. Rachaduras são causas preocupantes, pois, além de conduzir a água ao interior da edificação, podem atacar a estrutura do prédio.

Pintura de baixa qualidade
São aplicadas sobre massas de parede inadequadas ou mesmo sobre reboco fraco. O reboco fraco também impossibilita a adequada fixação de buchas e parafusos.
Má fixação de forros de gesso
Muitas vezes cedem em determinados pontos ou apresentam ondulações, sem contar o mau acabamento nas extremidades.
Rachaduras
Podem ser resultado tanto de um simples mau acabamento, com aplicação de materiais inadequados, como também de um perigoso trabalho da estrutura do prédio, cuja causa tem que ser definida por técnico especializado.

Acabamentos de pisos e paredes
Caimentos de água para o lado contrário do ralo, cerâmicas se soltando, quebradas, assentadas tortas e/ou desniveladas, rejuntamentos soltando ou encardidos permitindo infiltrações, bem como aplicação de material de baixa qualidade e acabamentos pobres. há ainda casos de paredes tortas ou fora de esquadro, muitas vezes apresentando trincas ou rachaduras.

Distribuição de energia elétrica
Muitas vezes deficiente em função da utilização de fiação inadequada para o consumo médio do tipo de apartamento (cálculos técnicos apontam essas necessidades exigidas legalmente), o que ocasiona a queima constante de lâmpadas e equipamentos eletroeletrônicos.

Área menor que a prometida ou exigida legalmente
A área do apartamento como um todo é muitas vezes menor do que diz o contrato, assim como aquela mínima exigida para os cômodos. Muitos outros problemas são detectados com tamanhos mínimos de quarto de empregada, cozinha e áreas de serviço, ou mesmo larguras mínimas desses e outros cômodos.

Vagas de garagem
Quando não localizadas em área pública, ensejando o direito de devolução da parte do preço relativa à sua compra, costumam apresentar tamanho menor que o exigido legalmente, isto é, 2,4 m de largura por 5 m de comprimento, completamente livres. há casos em que a faixa de rolamento da garagem apresenta largura inferior a 4,5 m, dificultando manobras.

Escadas e portas corta-fogo
Quando não insuficientes quanto à qualidade e tempo em que suportam fogo sem se desintegrarem, guardam, por traz de si, escadaria inadequada - sem corrimão, piso ou fitas antiderrapantes e luz automática de emergência - o que, na maioria dos casos, pode ser exigido da construtora.

Medidores de gás
Gasômetros instalados diante das portas de saída do apartamento e com fácil acesso a crianças. Com isso, há risco de fogo e explosões, o que pode impedir a saída de pessoas do apartamento. há ainda a falta de ventilação para o caso de vazamento.

"Vazamento" acústico
Ruídos que vêm do vizinho, seja pela coluna de ventilação dos banheiros, seja através das próprias paredes, piso ou teto.

A matéria completa pode ser encontrada na edição 130 da Revista Construção Mercado. A reportagem é de Ana Paula Rocha.

Fonte: Melz Assessoria de Imprensa - OSA

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Na mídia: Missão Casa e Revista Construção SA

O Missão Casa, exibido na TV Com e apresentado pela jornalista Simone Bobsin, trouxe no dia 18 de junho uma entrevista com o arquiteto Osvaldo Segundo. Ele participou da Feira de Milão e falou um pouco sobre a experiência dele no maior evento de arquitetura e design do mundo. Comentou ainda sobre as atrações paralelas à feira, que são uma explosão de criatividade.


O escritório também foi destaque na Revista Construção SA com o Edifício Selma Fiedler, que marca a entrada da Pamplona Empreendimentos em Blumenau. O material pode ser encontrado na página 30 da edição número 6 da publicação. 

Clique na imagem para ver

Fonte: Melz Assessoria de Imprensa - OSA

terça-feira, 12 de junho de 2012

Sustentabilidade - A Solução Começa no Projeto


A edição 129 da Revista Construção Mercado, da Editora Pini, traz um especial sobre Sustentabilidade. Os repórteres Luis Ricardo Bérgamo e Ana Paula Rocha, mostraram como lançar empreendimentos habitacionais mais sustentáveis têm sido um desafio e tanto para as construtoras e incorporadoras, visto que o cenário dos últimos anos apresentou uma série de complicadores: falta de operários qualificados, custos em alta, atrasos nas entregas de materiais e escassez de máquinas e equipamentos. Em empreendimentos onde há desperdício, retrabalhos e projetos pouco detalhados, o primeiro passo para ser mais sustentável é colocar ordem na casa, antes de partir para um salto tecnológico.

Prever, desde o projeto, habitações mais sustentáveis, é a prática mais viável para se obter resultados. Nessa fase é possível, por exemplo, interferir com mais eficácia na vida útil da edificação, especificando detalhes construtivos, escolhendo adequadamente produtos e materiais e obedecendo às normas técnicas pertinentes. Essa concepção da edificação deve estar compromissada com os valores do cliente, do usuário e da comunidade socioambiental onde está inserida. É uma busca que precisa acompanhar, acima de tudo, o ciclo de vida do empreendimento. Ou seja, as fases de loteamento, incorporação, projeto, construção, venda das unidades, ocupação e uso do imóvel, manutenção das unidades e, por fim, destinação final de seus componentes.De acordo com dados da Proactive Consultoria, em geral, observa-se um investimento adicional em todo o empreendimento da ordem de 1,5% a 3% para residenciais e de 5% a 7% para empreendimentos comerciais com medidas sustentáveis. Esse investimento pode ter um retorno a médio e longo prazos, em função de comunicação, presença em mídia espontânea, valorização da marca da empresa no mercado, entre outros itens. “Os custos de operação, por sua vez, podem sem reduzidos em até 40%, com redução do consumo de energia e água. A redução poderia ser mais significativa se houvesse um incentivo por parte do setor público, em diminuir as taxas cobradas dos empreendimentos que apresentam soluções sustentáveis”

Norteadores para projetos mais sustentáveis

- Redução do consumo de água potável 
Através da instalação de sistemas economizadores (bacia de duplo fluxo, torneiras de fechamento automático mecânico e sistema antivandalismo nos lavatórios das áreas comuns e lavabos, torneiras de 1/4 de volta nos banheiros das suítes e cozinhas, restritores de vazão, evitando os desperdícios pelo controle do fluxo, e o emprego de torneiras com arejadores que proporcionam a redução do consumo, sem diminuir o conforto do usuário pela mistura água/ar); reaproveitamento das águas cinzas oriundas dos lavatórios, boxes e máquinas de lavar roupa, que serão utilizadas nas bacias sanitárias (após serem previamente tratadas para este uso); e aproveitamento das águas pluviais para usos que não exijam potabilidade (irrigação de jardins e lavagem de pisos).
  
- Redução do consumo de energia 
Sistema de aquecimento de água por meio de energia térmica solar, com a utilização de coletores certificados pelo Inmetro. Sensores de presença, a fim de otimizar a iluminação dos halls dos pavimentos, escadas protegidas enclausuradas e garagens (marcação das rotas de tráfego de pessoas e rotas de fuga). Luminárias led (mais econômicas e duráveis) e fotovoltaicas (alimentadas pela energia solar), utilizadas para iluminação de emergência, contribuem na economia de energia do edifício.
  
- Especificação de materiais 
Materiais que causam menos impactos ao meio ambiente, como tintas e solventes à base de água ou que façam parte do programa Coatings Care, a fim de minimizar a emissão de poluentes e garantir a saúde dos usuários, e a escolha dos produtos e processos construtivos baseada na funcionalidade, na adaptabilidade e na durabilidade do edifício, bem como na qualidade dos produtos e na localização da sua produção, minimizando impactos com o transporte e otimizando os prazos de construção.
  
- Acessibilidade – desenho universal 
Os empreendimentos devem permitir total acessibilidade a Portadores de Necessidades Especiais (PNE), atendendo os requisitos da ABNT NBR 9050 e demais normas aplicáveis, garantir o acesso e a utilização de ambientes e equipamentos com igualdade, autonomia e segurança por todos os usuários a partir do tratamento adequado dos elementos arquitetônicos externos (calçadas, travessias e guias rebaixadas, estacionamentos, vegetação, sinalização tátil e mobiliário urbano) e internos (acessos e circulações, tipos de pisos, portas, rampas, escadas, guardacorpos, elevadores, banheiros, mobiliário, áreas de esporte e lazer etc.). Além disso, sistemas de comunicação e sinalização acessíveis e facilmente perceptíveis.

- Coleta seletiva de lixo e revalorização de resíduos 
Privilegiar materiais que favorecem a revalorização de resíduos, instalar unidades coletoras de descartes recicláveis em todos os andares das torres e uma central para a separação de detritos recicláveis do empreendimento. Na fase de uso e operação, podem ser efetivados ainda acordos com cooperativas de reciclagem da cidade, para o envio dos materiais coletados, caso não haja oferta desses serviços.

- Racionalização da construção 
A modulação do edifício deve ser considerada pela equipe de arquitetura desde o início do projeto, devido às suas implicações formais, estruturais e econômicas. A coordenação modular permite a concepção do edifício como um sistema, onde todos os componentes relacionam-se entre si. A racionalização da construção proporciona uma obra mais rápida e limpa, além de ocasionar menos perdas de material no canteiro. Os projetos devem ser adequadamente detalhados e devem ser realizadas paginações de alvenarias, revestimentos, forros, divisórias etc. As medidas horizontais e verticais devem ser definidas a fim de reduzir as intervenções na etapa de execução.

Fonte: Ana Rocha Melhado, sócia-diretora da Proactive


Fonte: Melz Assessoria de Imprensa - OSA